Nausea.
Não, não estou me sentindo mal, não bebi demais no fim de semana, não estou grávida.
Nausea é o nome que um casal brasileiro escolheu para batizar seu filho.
Bizarro.
Meu nome não é muito comum, até hoje só conheci uma outra Gisela. Mas me sinto confortável com meu nome, acho que combina comigo.
Mas, imagine se olhar no espelho e dar de cara com você mesmo, o sr. Capítulo.Ou dona Brochura. Ou talvez, Ferrari de Souza.
Acredito que ninguém se sinta amado com um nome desses. É a deixa perfeita para crescer rebelde. E COM causa.
Afinal, não deve ter nada pior que crescer ouvindo piadinhas por se chamar Eulindo, Delícia, Haste, Nanashara ou Seila. Aliás, tem sim. Chamar-se Xerox.
Hoje li em um jornal que um juiz sueco decidiu a favor de um casal. Eles puderam, enfim, batizar o filho com o nome de um famoso brinquedo. Lego.
Vai ser difícil, é o prenúncio de uma infância confusa, de uma criança problemática. Principalmente no natal, escrevendo cartinhas: " Querido papai noel, fui bonzinho o ano inteiro e quero ganhar uma caixa de mim mesmo".
É quase impossível saber o que se passa na cabeça de um pai ou mãe que decide colocar um nome ridículo no próprio filho. Raiva da esposa que errou os cálculos da tabelinha? Ódio do marido que não quis fazer vasectomia? Ou um simples caso de fidelidade a um produto?
Imagine o pequeno Lego na escola. O professor irritado porque o garotinho tem conversado muito com Náiki, aquele malandro, e isso não está ajudando nas suas notas. Bom seria se ele estudasse mais, a exemplo de Halls ( ou Ráuls), o CDF detestado por todos, inclusive por Chamex , o garoto novo na sala.
Soube que na Nova Zelândia tem um coitado que se chama Superman. Isso porque seus pais foram proibidos de batizá-lo com a primeira opção da lista de nomes para bebês: 4real, que em português seria algo como " de verdade" ou " na real". Será que ele teve sorte ou azar? Superman ou 4real?
Recentemente, em uma conferência em Vancouver, Canadá, David E. Kalist e Daniel Y. Lee, dois economistas, apresentaram um estudo interessante chamado " Nomes e crimes: falta de popularidade significa problemas?".
A história é a seguinte: os caras pesquisaram os dados de mais de 15 mil homens em um estado americano para descobrir se nomes incomuns estariam ligados a comportamento criminoso.
A moral da história é: sim.
Então, se você, depois de sofrer durante anos com as piadinhas por se chamar Xícara ou Indice, surtar e matar seus pais, é bem provável que seus colegas de cela se chamem Pepsi, Lápide ou Ipod.
Atualização
matéria do dia 11 de junho, no site da BBC Brasil:
Mais de quatro mil crianças na China já receberam o nome Aoyun, que significa Jogos Olímpicos – em homenagem ao evento que será sediado na capital chinesa, Pequim, em agosto.
O problema é mundial, minha gente.
terça-feira, 10 de junho de 2008
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Um comentário:
Excelente e esclarecedor! Depois de tantos exemplos, assim, digamos, "exóticos", quem sabe alguém acredita em mim: conheci uma mulher em Lisboa que se chamava MITOCÔNDRIA.
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