Lição 1: nunca julgue.
(conversa entre primas)
- Alô, Gi? Tudo bem? Sabe o fulano, que desde que virou evangélico vivia dizendo que eu e você íamos pro inferno porque somos "juntadas" e não casadas?
- Ah, sim. " Juntado com fé, pecado é", não é isso que ele dizia?
- Pois é, menina. A namorada crente dele tá grávida. Os dois estão morando juntos.
- Ixi, mais um pra dançar lambada com a gente no inferno. Vai bombar, hein? Detesto muvuca.
- Relaxa. Namorada crente grávida? Ele é muito mais VIP do que nós, vai ganhar pulseirinha pro camarote, com certeza.
Lição 2: leve a sua merda com você.
(idos de 1998, por volta das 7 horas da manhã. Estudante mau humorada indo para a faculdade cheia de ódio no coração se depara com uma japonesa de 50 e poucos anos e seu cocker spaniel. A japonesa morava no prédio da frente e todas as manhã levava seu cachorro para cagar. Para cagar na árvore que ficava em frente à casa da estudante. Estudante que sempre se perguntava quem era o filho da puta que fazia aquilo. E então ela descobriu.)
- Dona, esse cachorro é seu?
- Sim.
- Então esse cocô também é seu. Portanto, leve a sua merda com você.
A mãe da estudante assistiu a tudo, falou pra ela se comportar, mas no fundo, beeeem lá no fundo, adorou.
Lição 3: nunca passe a mão na bunda de uma mulher, só se ela pedir.
(carnaval, 1999. Tia e sobrinha desfilam devidamente paramentadas pelas ruas de um pequeno balneário do Espírito Santo. A tia vestida de Xuxa e a sobrinha, de Sasha. Cada uma com uma latinha de cerveja nas mãos. Bloco "sujo", banda na rua, várias pessoas conhecidas, amigos e parentes também estavam por lá, tudo ótimo, clima de muita alegria, quando de repente...)
- Ele passou a mão na minha bunda!
- Quem?
- Aquele cara de chapéu branco.
- Ah, não. Vamos voltar.
- Vamos.
Voltaram e quebraram o cara de chapéu branco na porrada. A Xuxa e a Sasha.
domingo, 16 de novembro de 2008
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Quatro pães, um rolo de fita a menos e elegância de sobra.
Desde que comecei a me aventurar nessa coisa de blog, fico mais atenta ao que vejo e ouço. Antes éramos apenas eu e meu Ipod pelas ruas, alheios ao que acontecia ao redor.
Agora tenho o cuidado de observar reações e situações e eis o que presenciei no último sábado de manhã , quando saí pra comprar pão no supermercado perto de casa:
" Quero quatro paezinhos por favor", disse uma senhora bem idosa que estava na minha frente na fila. Depois de mim, uma outra mulher e um senhor.
A atendente colocou os pães na sacola plástica, fechou e quando foi pesar, percebeu que a máquina estava sem fita.
"A senhora espera um instante? Vou pegar outro rolo de fita."
Foi e voltou em menos de um minuto. Colocou desajeitadamente o novo rolo na máquina e tentou por alguns segundos ligar a bendita, mas não conseguiu.
Foi quando o tiozinho que estava no final da fila começou a berrar. " Que demora. Isso é um absurdo. Anda logo, minha filha. Que lerdeza."
A atendente, uma polaca baixinha e gordinha, ficou instantaneamente vermelha de vergolha e explicou: " desculpe senhor, sou nova aqui, é minha primeira semana e ainda não aprendi a lidar com essa máquina." A coitada falou sorrindo mas com um desconcerto evidente na voz.
" Não tem isso de nova não, já é a terceira vez que venho essa semana e é essa demora toda." Ele esbravejava num tom que era uma mistura de ironia e ódio. " Tem que consertar essa máquina", continuou o cara, olhando para as demais pessoas da fila, como quem busca um aliado.
Cada vez mais nervosa, a atendente desajeitada chamou uma colega que conseguiu trocar a fita. Tudo isso aconteceu em menos de três minutos.
A senhora que era a primeira da fila ofereceu seu lugar para o velho insandecido, que recusou dizendo que queria apenas ser respeitado. A mulher atrás de mim ria daquela babaquice toda, meio que não acreditando no que estava presenciando.
"Pronto, quatro pães. Desculpe a demora."
" Não se desculpe e não se envergonhe. Não demorou nada", respondeu a senhora olhando diretamente nos olhos do maluco, que não se aguentou: " a madame está tentando me deixar com cara de idiota, né?"
" Até tentei, mas você já tinha feito isso sozinho."
Virou-se e foi embora.
Agora tenho o cuidado de observar reações e situações e eis o que presenciei no último sábado de manhã , quando saí pra comprar pão no supermercado perto de casa:
" Quero quatro paezinhos por favor", disse uma senhora bem idosa que estava na minha frente na fila. Depois de mim, uma outra mulher e um senhor.
A atendente colocou os pães na sacola plástica, fechou e quando foi pesar, percebeu que a máquina estava sem fita.
"A senhora espera um instante? Vou pegar outro rolo de fita."
Foi e voltou em menos de um minuto. Colocou desajeitadamente o novo rolo na máquina e tentou por alguns segundos ligar a bendita, mas não conseguiu.
Foi quando o tiozinho que estava no final da fila começou a berrar. " Que demora. Isso é um absurdo. Anda logo, minha filha. Que lerdeza."
A atendente, uma polaca baixinha e gordinha, ficou instantaneamente vermelha de vergolha e explicou: " desculpe senhor, sou nova aqui, é minha primeira semana e ainda não aprendi a lidar com essa máquina." A coitada falou sorrindo mas com um desconcerto evidente na voz.
" Não tem isso de nova não, já é a terceira vez que venho essa semana e é essa demora toda." Ele esbravejava num tom que era uma mistura de ironia e ódio. " Tem que consertar essa máquina", continuou o cara, olhando para as demais pessoas da fila, como quem busca um aliado.
Cada vez mais nervosa, a atendente desajeitada chamou uma colega que conseguiu trocar a fita. Tudo isso aconteceu em menos de três minutos.
A senhora que era a primeira da fila ofereceu seu lugar para o velho insandecido, que recusou dizendo que queria apenas ser respeitado. A mulher atrás de mim ria daquela babaquice toda, meio que não acreditando no que estava presenciando.
"Pronto, quatro pães. Desculpe a demora."
" Não se desculpe e não se envergonhe. Não demorou nada", respondeu a senhora olhando diretamente nos olhos do maluco, que não se aguentou: " a madame está tentando me deixar com cara de idiota, né?"
" Até tentei, mas você já tinha feito isso sozinho."
Virou-se e foi embora.
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